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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Centenas de animais correm risco de extinção em Minas Gerais


O risco é real mesmo com a diversidade ambiental no estado.
Para tentar proteger, Ibama fez lista das espécies ameaçadas.

Apesar de Minas Gerais ser um estado rico em diversidade ambiental com caatinga, mata atlântica e cerrado, por exemplo, muitos animais vivem em constante perigo de desaparecer.

Para tentar proteger a fauna, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez uma lista com as espécies que estão em extinção no estado.

O cachorro-do-mato-vinagre, o lobo-guará e o catitu são animais que lutam contra o mesmo inimigo para sobreviver: o homem.

Esses bichos fazem parte de uma lista com 274 espécies ameaçadas de extinção. Também foram incluídos no levantamento a anta e o tamanduá-bandeira.

“Os mamíferos e as aves são um grupo bem ameaçado pela própria dependência de ambiente. Das causas de extinção no estado a gente tem a degradação ambiental, a fragmentação de ambiente que é muito importante. É necessário um ambiente mais íntegro para agrupar um grande número de espécies”, explicou o biólogo Humberto de Mello.

Para o presidente da Fundação Zoobotânica, Evandro Xavier, “a humanidade se movimenta muito pela economia e, por isso, acontece a biopirataria, a agricultura e pecuária praticadas sem sustentabilidade”. “Falta muita educação ambiental no país e, mais do que isso, há necessidade de se criar áreas protegidas”, disse Xavier.

Por causa da destruição de habitat e do comércio, as aves estão entre os grupos mais ameaçados de extinção. O gavião-real, por exemplo, não é mais encontrado na natureza, em Minas. A ave, com um metro de comprimento e dois de envergadura, só pode ser vista em cativeiro. Em breve, o papagaio-de-peito-roxo e a arara-azul-grande podem seguir o mesmo caminho.

“A gente tem a própria perda de diversidade que por si já é uma coisa muito importante. Perder essa diversidade de vida que a gente tem no nosso estado. As pessoas gostam de ter uma ave que canta em casa, no quintal de casa, então a caça ou o comércio é um fator forte de extinção da espécie”, completou Mello.

Quem mata animais silvestres pode pegar de seis meses a um ano de detenção e ser multado. O valor varia de R$ 500 a R$ 5 mil, por animal. A punição vale também para quem caça ou mantém esses bichos em cativeiro, sem licença.

Depois de uma denúncia, policiais militares de Meio Ambiente apreenderam pássaros em uma casa, na Região Leste de BH. Muitos estavam feridos e em gaiolas sujas.
“No local, a gente constatou que essas aves estavam todas em condições de maus-tratos, são aves silvestres, sem a licença do Ibama e uma vez constatado a falta de licença e maus-tratos, esses animais foram apreendidos e encaminhados para o Ibama”, disse o policial militar Marcus Vinícius.

No Ibama chegam, por dia, cerca de 50 animais silvestres. A maioria, pássaros das espécies bicudo e curió.

“Existem vários fatores que fazem com que uma espécie seja atrativa, um deles é a raridade da espécie no ambiente. Então quanto mais raro mais ele vai sendo atrativo. O outro é a qualidade do canto, beleza, o porte. São coisas que acabam fazendo com que a espécie seja muito visada pelo tráfico dos animais. Se não houver ações adequadas para a mudança da situação atual, em torno de 20 30 anos essas espécies podem não existir mais no estado”, avaliou o analista ambiental e médico veterinário do Ibama Daniel Ambrósio Vilela.

Denúncias podem ser feitas pelos telefones 181 ou 2123-1600. Para mais informações sobre a legislação de tráfico de animais silvestres, acesse aqui.


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